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Câncer de pulmão e os problemas no diagnóstico
Fonte: Portal Fator Brasil
19/09/2011

Sintomas costumam surgir apenas quando a doença está em estágios avançados. A biópsia é a única forma de confirmar a existência da enfermidade.

Tosse, dor no peito, falta de ar, alterações no muco, fadiga, falta de apetite, escarro com sangue. Esses podem ser sintomas de doenças como a tuberculose e a pneumonia, mas são também os sinais do câncer de pulmão. A doença tem evolução silenciosa e, quando os sintomas aparecem, já nos estágios mais avançados, são comuns a essas outras enfermidades respiratórias. Tal combinação contribui para dificultar detecção precoce do câncer de pulmão.

“Geralmente, os sintomas surgem quando a doença está em fase incurável. Há exceções, mas estas situações não são comuns”, explica Artur Katz, oncologista clínico do Hospital Sírio Libanês e coordenador do estudo Câncer de Pulmão: a Visão dos Pacientes. Os resultados da pesquisa refletem esse cenário: 74% dos entrevistados consultaram três ou mais profissionais de saúde desde o surgimento dos sintomas até o momento do diagnóstico, enquanto apenas 31% foram submetidos à cirurgia, tratamento mais indicado na fase inicial da doença.

Outro alerta do especialista refere-se aos tabagistas, parcela da população mais atingida pelo câncer de pulmão: “para esses pacientes, tossir não é uma novidade, faz parte da vida cotidiana. Por isso, raramente os fumantes identificam a tosse como sintoma da doença”. Desta forma, o câncer de pulmão pode passar muito tempo despercebido.

As dificuldades para identificar o câncer de pulmão prosseguem no consultório: os exames de imagem como radiografias e tomografias são inconclusivos no reconhecimento das lesões causadas pela enfermidade. “A única maneira de se confirmar o diagnóstico de câncer de pulmão é por meio da biópsia, que retira uma pequena quantidade de tecido do nódulo para análise”, salienta Katz. Trata-se, no entanto, de um procedimento invasivo que pode ser realizado a partir de três técnicas diferentes, escolhidas pelo oncologista de acordo com o quadro do paciente: punção-biópsia – utiliza uma agulha especial que, guiada pelos resultados da tomografia, atravessa a parede do tórax e penetra o pulmão para atingir a lesão |.broncoscopia – nesse caso, é usado um aparelho de fibras óticas que permite inspecionar as vias aéreas e guia uma pinça especial até o nódulo |.biópsia cirúrgica – o paciente é submetido a uma cirurgia torácica, sob anestesia geral, para retirada de tecido. Nestes casos, geralmente a análise anátomo-patológica das células é feita na mesma hora. Caso seja confirmada a malignidade, a cirurgia definitiva para retirada completa da lesão é realizada.

A citologia de escarro, exame que faz análise microscópica das células presentes no catarro do paciente, também pode ajudar no diagnóstico do câncer de pulmão. Isto porque em alguns casos é possível identificar células cancerosas misturadas ao muco.

Incidência e letalidade -De acordo com estimativas da Organização Mundial da Saúde, o número de mortes causadas por câncer deve continuar crescendo e, em 2030, deve passar de 11 milhões em todo o mundo1. Entre os homens, o câncer de pulmão é o tipo mais incidente (34%) e o que apresenta o maior índice de mortalidade (29,3%). Nas mulheres, o câncer de pulmão é o segundo mais letal (11%), atrás apenas do de mama1,2.

O Instituto Nacional do Câncer (Inca) estima que, em 2011, haverá 27.630 novos casos de câncer de pulmão no Brasil, sendo 17.800 em homens e 9.830 em mulheres. Ainda segundo dados do Inca, a doença provocou 20.622 mortes no País em 20083. A sobrevida média cumulativa de cinco anos é de apenas 12% nos países em desenvolvimento, o que demonstra que o câncer de pulmão é uma das principais causas de morte evitável4.

A pesquisa Câncer de Pulmão: a Visão dos Pacientes traz números que confirmam estes dados: o tempo médio decorrido desde o diagnóstico dos entrevistados é de três anos, sendo que 61% dos pacientes receberam o diagnóstico há dois anos ou menos e somente 16% receberam o diagnóstico há seis anos ou mais.

Ainda de acordo com a pesquisa, dentre os pacientes submetidos a tratamento cirúrgico (31% do total), 79% foram submetidos ao procedimento há dois anos ou menos. Enquanto que o número de entrevistados operados há seis anos ou mais cai para 7%. A reincidência também se mostrou uma realidade: 51% dos pacientes voltaram a ter câncer após a cirurgia (37% no pulmão e 14% em outros locais).

Causas e tratamentos-Há diferentes tipos de câncer de pulmão: os de células pequenas (SCLC) e os de não-pequenas células (NSCLC), que representa de 85% a 90% dos casos de tumores pulmonares. Dos pacientes com NSCLC, 75% recebem diagnóstico tardio: quando já apresentam metástase ou um grau avançado da doença.

Entre os fatores de risco para o aparecimento do câncer de pulmão, o tabagismo é o mais importante: 80% a 90% da incidência de câncer de pulmão, segundo estimativas, é atribuída ao fumo4. “Os tabagistas têm, em média, 40 vezes mais chance de desenvolver câncer de pulmão que os não fumantes”, adverte Katz. Estudos apontam ainda como outros fatores de risco para este tipo de carcinoma o fumo passivo, a exposição ao amianto e ao gás radioativo radônio, poluição do ar e infecções pulmonares de repetição4.

Cerca de 3% a 5% dos pacientes com NSCLC apresentam alterações no gene ALK, identificado em 2007, que são fatores-chave no desenvolvimento do tumor. Diferentemente dos demais tipos de cânceres de pulmão, nos quais a principal causa é o tabagismo, pacientes com NSCLC que possuem essa alteração são mais frequentemente não fumantes, mulheres, asiáticos e mais jovens.

A escolha do tratamento varia de acordo com o tipo de câncer de pulmão, o estágio e a agressividade da doença. Já no diagnóstico, os pacientes tabagistas são orientados a parar de fumar. Nos estágios avançados e metastáticos (quando o câncer se espalha para outros órgãos e tecidos), a terapia busca melhorar a qualidade de vida do paciente por meio de cuidados paliativos.

Já a indicação de cirurgia para retirada do tumor é mais frequente nos estágios iniciais da doença. Normalmente, os pacientes são submetidos a terapias combinadas, que podem envolver quimioterapia e radioterapia, e são acompanhados por uma equipe de saúde multidisciplinar composta por oncologistas, cirurgiões, pneumologistas, radioterapeutas, fisioterapeutas, nutricionistas, enfermeiros e psicólogos.

Atualmente, há tendências promissoras de tratamentos com foco no perfil genético do paciente. Na prática, isso significa soluções cada vez mais personalizadas para combater os tumores. Um exemplo é Xalkori (crizotinibe), medicamento da Pfizer que acaba de receber da FDA (agência regulatória de medicamentos e alimentos nos EUA) a aprovação para tratamento de um tipo raro de tumor de pulmão: câncer de pulmão não-pequenas células – NSCLC – com uma alteração genética específica, chamada fusão EML4-ALK, que geralmente acomete pessoas não fumantes e numa faixa etária mais jovem do que a doença costuma atingir.



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