Mais de 80 mulheres com cancro do útero em estado terminal atendidas na Lucrécia Paim

Luanda – Oitenta e seis mulheres com cancro do útero em estado terminal foram atendidas na Maternidade Lucrécia Paim, em Luanda, no primeiro semestre deste ano.
 
Em declarações hoje à Angop o chefe do Centro de Prevenção do cancro do útero, Joaquim Dumas, disse que algumas destas foram encaminhadas para o Centro de Oncologia, enquanto outras ficaram internadas na Maternidade Lucrécia Paim, onde, pelo estado avançado do cancro, acabaram por morrer.
 
De acordo com o médico, o cancro do útero pode ser considerado um problema de saúde pública, porque os dados apresentados neste primeiro semestre não espelham a realidade do país, pois a cobertura sanitária é deficitária.
 
Para a redução do número de mulheres com o cancro do útero é necessário que se faça a prevenção, com educação e vacina, o rastreio e inspecção visual, bem como o tratamento das lesões percursoras do cancro.
 
Apontou a necessidade de expansão do tratamento as restantes províncias do país, pois muitas mulheres com este problema ao chegarem em Luanda vêm já em estado terminal, com pouca ou nenhuma possibilidade de sobrevivência.
 
Assegurar a manutenção dos equipamentos existentes e a formação contínua dos quadros, satisfazer a expectativa dos utentes, sensibilizar as autoridades a considerar o cancro ginecológico uma prioridade na saúde, criar base de dados a nível nacional e massificar o teste de Papiloma são outras recomendações.
 
De acordo com Joaquim Dumas, o Centro de Oncologia de Luanda necessita de serviços de internamento para haver maior controlo dos doentes, pois alguns após diagnosticados vão para as suas casas e daí perdem-se as estatísticas.
 
Existem ainda desafios que se precisa ter em conta, apontando a resposta a se dar a demanda cada mais crescente, humanização no atendimento, assegurar que o tratamento seja grátis, entre outros. 
 
Um estudo efectuado pela OMS concluiu que todos os anos surgem mais de 500 mil novos casos do cancro do útero e que destes 260 mil mulheres morrem, das quais 90 porcento nos países em desenvolvimento.
 
O cancro do útero tem como causas a baixa imunidade durante a gravidez, stress, tabagismo e outras drogas, uso prolongado de pílulas, relações sexuais precoce, muitos parceiros sexuais, entre outras causas.