Esclerose Múltipla: doença desconhecida e silenciosa atinge mais de 30 mil brasileiros
A Esclerose Múltipla apresenta sintomas inespecíficos e que podem ser confundidos com qualquer doença neurológica
Segundo a Associação Brasileira de Esclerose Múltipla (ABEM) há mais de 30 mil portadores da doença, com maior predominância entre mulheres com idade entre 20 e 40 anos, porém pode ocorrer em crianças e indivíduos com faixa etária maior. A Esclerose Múltipla apresenta sintomas inespecíficos e que podem ser confundidos com qualquer doença neurológica. Um dos principais sintomas predominantes não específicos é a neurite óptica, inflamação do nervo óptico representado pelo nervo que transporta luz e imagens visuais da retina para o cérebro, ou seja, perda da visão.
Uma substância gordurosa, chamada Mielina, forma uma bainha que envolve e protege as fibras nervosas do Sistema Nervoso Central, o que torna possível a rápida condução de impulsos. No entanto, qualquer dano ou destruição desta bainha interfere na transmissão do impulso nervoso, que pode causar diminuição da sensibilidade, bem como dificuldade para caminhar e ausência da coordenação motora.
Contudo, estes sinais são transitórios no início da doença, e duram apenas alguns dias. O diagnóstico final só acontece quando há recorrência dos sintomas. Segundo o professor titular em neurologia da Faculdade de Ciências Médicas da Faculdade Santa Casa de São Paulo, Dr. Charles Peter Tilbery, a Esclerose Múltipla é multifatorial. Em muitos casos, o paciente já possui uma determinante genética, com algum vírus desenvolvido na infância, que é capaz de ficar alojado no organismo e mais tarde desencadear uma reação imunológica.
"A Esclerose Múltipla pode ocorrer também pelo fato de o indivíduo morar em locais distantes da Linha do Equador, portanto, com baixa insolação, bem como o excessivo uso de vacinas e antibióticos industrializados que contribuem para que possamos ficar susceptíveis à doença", ressalta o especialista.
O neurologista acrescenta ainda que 30% dos pacientes têm o diagnóstico somente depois de três anos. "Se o indivíduo estiver viajando, tem uma perda visual súbita e depois de dois ou três dias, o sintoma desaparece. Esta pessoa não se dá conta de que essa perda pode ser o primeiro indício da de Esclerose, porém deixa passar despercebidamente", exemplifica.
Prevenção e Tratamento
Por se tratar de uma doença crônica, a Esclerose Múltipla não tem cura, contudo, o tratamento é feito à base de remédios específicos que são disponibilizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS). O doutor Tilbery reforça que o diagnóstico precoce é de suma importância, uma vez que não existe prevenção para a tal enfermidade.
"Há indícios de que a vitamina D pode ser utilizada como tratamento, mas essa não é uma verdade científica. Se existe a suspeita de esclerose, o paciente deve procurar um neurologista que tenha vivência na doença, além de não se automedicar com base em assuntos divulgados na internet", enfatiza o médico.
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