Imagem avançadas geradas a partir de Tomografia por Emissão de Pósitrons (PET) mostram uma grande promessa para prever quais pacientes com cancro do pulmão inoperáveis têm tumores mais agressivos e precisam de tratamento adicional após a quimioterapia/radioterapia padrão, de acordo com uma nova investigação recente, citada pelo portal ISaúde.

Mitch Machtay, do Seidman Cancer Center at University Hospitals (UH), principal investigadora do estudo, apresentou os dados significativos na reunião anual da Sociedade Americana de Oncologia (ASTRO), nos EUA. O estudo financiado pelo Instituto Nacional de Cancro e conduzido pelo American College of Radiology Imaging Network (ACRIN), em colaboração Radiation Therapy Oncology Group (RTOG), examinou 251 pacientes em 60 centros de cancro em todo o país.

"O cancro do pulmão continua a ser o assassino número um entre os cancros nos EUA. Essas descobertas têm o potencial para dar aos médicos uma nova ferramenta para tratamentos de forma mais eficaz sob medida para pacientes com cancro do pulmão localmente avançado ", diz Dr. Machtay, presidente da Case Western Reserve University School of Medicine. "Este estudo determinou que a PET scan pode mostrar-nos quais pacientes têm tumores mais agressivos, podendo permitir-nos intensificar o seu tratamento".

A PET scan é um tipo único de exame de imagem que revela os processos fisiológicos em órgãos como o pulmão. Ao contrário de outros tipos de imagens médicas que mostram a estrutura do corpo, a PET mostra mudanças na actividade metabólica e química causada por células cancerígenas em crescimento. A pesquisa visualiza áreas de maior intensidade, chamada de "hot spots", e ressalta-as para ajudar os médicos a identificar a doença.

Neste estudo, pacientes de cancro do pulmão em fase III tinham feito exames PET antes e depois de um regime de tratamento combinado de quimioterapia e radioterapia. Eles mediram a rapidez com que os tumores absorvem uma molécula de açúcar radioactiva (conhecida como FDG). À medida que células do cancro absorvessem uma taxa maior de açúcar que as células normais, as áreas de tumor geralmente iluminariam brilhantemente nos exames de PET.

Os investigadores descobriram que o exame pós-tratamento foi preditivo para o prognóstico dos pacientes, identificando que os pacientes com altos níveis de FDG após o tratamento tinham tumores mais agressivos que eram mais propensos a voltarem. Os investigadores descobriram que quanto maior o valor padrão de captação (SUV) de FDG no tumor primário, maior a taxa de recidiva e menor a taxa de sobrevida dos pacientes.

Os resultados também mostraram que houve uma forte correlação entre a intensidade da dose de radiação e controle no local do cancro, indicando que mais pesquisas precisam ser realizadas em tecnologia de radiação para cancro do pulmão.

"Este é um dos maiores estudos de seu tipo para mostrar que exames de PET têm um grande potencial em predizer o prognóstico para pacientes com cancro do pulmão inoperável," diz o Dr. Machtay. "Ele suporta a teoria de que exames de PET acrescentam uma dimensão nova e importante para a capacidade de um médico determinar quais pacientes precisam de terapias adicionais para melhor gerirem a doença."